LAMENTAÇÕES PARA 2011

Mais um ano se passa! Muitos tentam contabilizar o que passou para detectar os erros e acertos. Os acertos para continuarem, os erros para exterminarem. Com isso fazem promessas à família, aos amigos, à igreja e a Deus sobre as novas atitudes para o ano que vem. São as dietas, os exercícios físicos, a leitura da Bíblia, a atuação em um ministério, o estudo mais apurado etc. Quero dizer que tais promessas para o novo período que se aproxima são válidas, todavia não sei se serão exeqüíveis. Muitos compromissos são abandonados ainda em fevereiro. Como somos levianos!

Mas de duas coisas eu tenho convicção nessa transição entre 2010 e 2011, são as certezas do profeta Jeremias descritas em Lamentações 3 com relação às promessas do Senhor, essas nunca falham.

A primeira é: se chegamos até aqui, tudo ocorreu pelas misericórdias do Senhor, pois as misericórdias do SENHOR são a causa de não sermos consumidos, porque as suas misericórdias não têm fim (Lamentações 3: 22). Se vivemos, se estivemos bem em nossa casa, se tivemos o nossos sustento para o alimento e roupas, se estivemos salvos da morte eterna, tudo aconteceu por causa das misericórdias do Senhor.

A segunda: estas misericórdias me acompanharão ao longo do ano que se aproximas, pois as misericórdias do SENHOR renovam-se cada manhã (Lamentações 3: 23). Posso sossegar o meu coração ao saber que estarei sempre nas mãos de um Pai que me ama e que busca sempre o meu bem.

Portanto, sabendo que a fidelidade do Senhor é grande (Lamentações 3: 23), não tenho o que temer. Minha porção é o SENHOR, diz a minha alma; portanto, esperarei nele (Lamentações 3: 24).

A todos os meus caríssimos leitores, um feliz 2011 sob misericórdias do Senhor!

Sola Scriptura

A GASTANÇA CONTINUA!

Mal publiquei sobre a vergonha dos gastos em campanhas políticas e ocorre mais uma vinda dos nobres parlamentares. Um aumento mais que abusivo de 62% nos já generosos salários de deputados e senadores da república. Não sou contra o aumento em si, pois há quatro anos que os nobres não reajustavam seus ganhos. Mas quadruplicar o índice inflacionário é, no mínimo, falta de bom senso.

Ser parlamentar no Brasil é um sonho de qualquer cidadão do mundo. Legislam sempre de si para si, possuem fórum privilegiado, recebem uma ajuda de custo que vai além do aceitável, além de exercerem o direito de reajustar os próprios salários. Podem até se esconder na legalidade, mas, como dizem por aí, nem sempre o legal é moral.

Repito, não sou contra o reajuste, é um direito de cada trabalhador. O problema é a discrepância entre os nobres do panteão parlamentário e os assalariados que mitigam o sofrimento com os malabarismos financeiros, pois não é fácil possuir moradia, saúde, educação, alimentação, vestimenta e entretenimento com um salário de R$ 532,00. Pertencer à grande massa de aposentados no Brasil é como viver em um limbo social. Não dá para negar que temos uma massa popular da Guiné Bissau, enquanto os nobres políticos são do Coveite.

Mas por que os nobres coveitianos agem dessa maneira? Seriam eles uma anomalia cultural? Seriam alienígenas vivendo entre os brasileiros? Claro que não. Há dois aspectos que devem ser considerados: o primeiro é a condição geral de cada ser humano, ou seja, a depravação total que está alojada na natureza humana. O coração dos indivíduos é desesperadamente corrupto, logo, a amoralidade decorre da natureza depravada peculiar a cada um.

Em segundo lugar, há o ambiente cultural favorável a este comportamento. Infelizmente a cultura geral do Brasil é oportunista e amoral, afinal, quem não gosta de tirar vantagem em tudo? O mesmo espírito que arranca o carro quando ainda o sinal está vermelho, ou que estaciona o veículo no espaço do cadeirante ou em plena calçada sem considerar os transeuntes, ou que não emite cupom fiscal, ou que cobra para que alguém estacione em lugar público, ou que pede propina para que a tramitação de um documento seja destravada, ou que invade um prédio público sentindo-se no direito de danificar o bem público, ou que distribui mesas de bar na calçada para favorecer o lucro em detrimento do direito público etc. etc., este mesmo espírito paira em Brasília nas decisões que favorecem o que decide em detrimento do restante da população.

É claro que seria leviano generalizar, pois eu acredito que há homens públicos decentes que discordam da farra financeira, mas o que constatamos é a grande maioria articuladora ou conivente com os atos desavergonhados.

A solução para isto encontra-se apenas na ética do Evangelho, o único poder para tornar decente o indivíduo e para moralizar uma cultura tão pervertida. Somente o poder do Senhor Deus para mudar esta realidade e alinhar o Brasil aos países cuja cultura geral é rígida e decorosa. Aliás, diga-se de passagem, duas características ausentes na maioria parlamentar do nosso país.

Sola Scriptura

A GASTANÇA DA CAMPANHA

Com as devidas exceções, o Brasil sempre é destaque naquilo que traz constrangimento e indignação. Um exemplo triste foi a gastança sem limites nas campanhas eleitorais que elegeram a presidenta da república, senadores e deputados. Foram as maiores do mundo ocidental.

Segundo fontes do STE, São Paulo foi o campeão nos gastos absolutos. Foram mais de R$ 480 milhões torrados na campanha dos 2.552 candidatos. A segunda campanha mais cara ocorreu em Minas Gerais com uma despesa total que ultrapassou os R$ 330 milhões. Juntos, os maiores colégios eleitorais do Brasil somam a quantia de R$ 818,69 milhões gastos para simplesmente influenciar os eleitores.

O estado que menos gastou foi o Amapá com os seus R$ 12, 13 milhões. O meu estado, o de Roraima, bateu recorde de gasto por eleitor registrado, cerca de R$ 96, 30 para cada um, somando um total de R$ 26, 18 milhões.

Qual a sensação que resta diante de cifras tão generosas para pessoas que, em sua maioria, preocupam-se apenas com a detenção do poder e do status privilegiado? O Brasil ainda geme quando o assunto é o aumento do salário mínimo ou as políticas públicas tão aquém do decente. Por outro lado, brada quando o assunto são os privilégios políticos com os seus aumentos de salários, verbas de gabinete, auxílio isso, auxílio aquilo, além dos gastos pessoais com campanhas. Até mesmo os políticos e candidatos estadunidenses ficam boquiabertos ao saberem quanto custa convencer um eleitor abaixo da linha do equador.

Diante do exposto surgem duas perguntas: de quem é a culpa? O que podemos fazer como crentes? Quero responder tais indagações da seguinte forma:

1. A culpa é de todos nós. Isso mesmo, pois não há uma ação efetiva por parte da população para reverter os ultra–privilégios que passam constantemente diante do nosso nariz. Aliás, a ganância, o embuste e o tirar proveito são partes indeléveis da macro-cultura brasileira. O vício miserável de se utilizar da coisa pública em benefício próprio está presentes nas calçadas, nos estacionamentos, nos caixas das panificadoras, ou seja, sempre há um engraçadinho cobrando pelo estacionamento público enquanto o seu Manoel da padaria nunca emite um cupom fiscal pela venda de seus pãezinhos. Enquanto não houver uma conscientização na base, e isso só pode existir por meio de uma educação mais reflexiva e menos decorativa, nada mudará no panteão parlamentário.

2. Nossa atuação começa nas pequenas coisas, nos pequenos gestos. Experimente apenas obedecer àquilo que as Escrituras ordenam. Seja um cidadão exemplar que não ultrapassa o limite de velocidade no trânsito, não sonega impostos, não tira vantagem de nada, seja santo como cidadão. Somente assim você terá autoridade para intercedermos pela nação e seus dirigentes para que a maldita cultura da corrupção seja dirimida. Se você deseja um mundo mais limpo, varra o seu quintal. Se você deseja um país mais decente,  exercite o seu dever como cidadão.

Sinceramente eu espero copiosamente que o Brasil mude enquanto ainda estou nessa terra. Espero ver a justiça pelo menos ser motivo de temor sobre os que se insurgem contra a lei. Neste caso, espero que as próximas eleições tenham sobre si limites rígidos quanto ao que cada candidato poderá gastar para que não sejamos como aqueles que deixam metade do filé mignon no prato enquanto muitos catam a sua refeição no latão de lixo. Viva a ética, abaixo a imoralidade!

Sola Scriptura
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