O DESCAMINHO DO ESQUERDISMO!

Recentemente a USP foi palco de mais um ato de violência. Desta vez protagonizada por alguns alunos das Ciências Humanas que invadiram a reitoria com extrema violência, reivindicando, dentre outras coisas, a retirada da Polícia Militar do campus e pelo "direito" de fazerem o que bem entendem.

Bem, não vou me dar ao trabalho de comentar os motivos inaceitáveis que estavam por trás dos atos de vandalismo. Quero apenas constatar a brutal incoerência do esquerdismo tupiniquim sem causa e sem objetivos. É engraçado como as contradições (desculpem o trocadilho) saltam aos olhos, pois os tais alunos rebeldes vivem num país cujo governo é de esquerda, estudam numa instituição filosoficamente atéia e de matiz esquerdista, mas mesmo assim arrebentaram tudo em nome do esquerdismo. Quanta incoerência!

Também agiram violentamente contra tudo e contra todos, os repórteres que o digam, para protestar contra a suposta violência policial. Truculência protestando contra truculência. Só rindo mesmo para não chorar!

Mas o esquerdismo é assim mesmo: incoerente, amorfo, confuso e sem nenhum projeto humanitário concreto. Talvez o exemplo mais grotesco seja o do presidente Chávez que, a ferro e fogo, reinventou Simón Bolívar transformando-o de um general-presidente aristocrata liberal em um revolucionário voltado aos pobres. Tudo para subsidiar o seu projeto autoritário e grosseiro. Isso sem falar nas ações políticas e sociais amórficas realizadas no passado em Cuba, China, Rússia, Coréia do Norte, Angola etc.

Mesmo que os esquerdistas não saibam, existe uma matriz muito maior onde este tipo de vida e pensamento se insere, é o mundo que jaz no Maligno. A desorientação é a marca maior do pecado humano sem o Senhor Deus na vida, pois só há um Caminho para a Verdade, só há um meio de se alcançar a lucidez: Jesus retratado fielmente nos Evangelhos.

Pobres alunos da USP que buscam entendimento no vício, na rebeldia desqualificada e nas teorias sociais eivadas de lacunas e brechas. Por isso não canso de dizer: somente Cristo nos dá sentido para viver, somente Ele nos conduz seguros na jornada até a eternidade.

Não obstante, o que os esquerdistas podem esperar? Nada! Estes movimentos estudantis são corruptos numa Universidade que está sob suspeita de corrupção, que pertence a um Estado repleto de escândalos, Estado este que faz parte de uma federação onde o governo central, desde o mensalão, assiste a eclosão de denúncias no alto escalão.

Concluo escrevendo o seguinte: eu, como professor há 18 anos de Filosofia, Ciências Sociais e História numa Instituição Federal de Ensino Superior, espero de coração que muitos daqueles pobres jovens encontrem um rumo para a vida em Cristo, o Senhor da glória!

Sola Scriptura.

A MORTE DE KADAFI TORNOU O MUNDO UM POUCO MELHOR?

Cadafi morreu! E com ele foram sepultados dezenas de anos recheados de atrocidades e maldades praticadas contra pessoas, famílias e até cidades inteiras. Discordo, é claro, da maneira brutal como o mataram, uma vez que já estava desarmado e não oferecia ameaça nenhuma aos seus conquistadores. Penso que ele deveria ser preso, julgado por um tribunal legítimo e receber a condenação. Quanto a este aspecto, leia o que escrevi na postagem A morte de Osama Bin Laden.

Não há dúvidas de que o mundo se livrou de mais um tirano e muitos estão vibrando com o ocorrido. A própria Líbia comemora a virada radical de sua trajetória, embora eu tema pela implantação de um governo igualmente tirano, mas agora sob a proteção da religião muçulmana radical. O mundo ocidental também comemora muito, sempre no anseio em ver a região muçulmana influenciada pela cultura pop tanto na política, na economia como na moral. Resumindo, a sensação é a de que as coisas vão melhorar, a paz vai crescer e a humanidade, finalmente, retoma sua marcha rumo à liberdade civilizatória conforme o projeto da modernidade iluminista.

Minha pergunta neste contexto é: será que esse suposto progresso demonstra lampejos de se tornar realidade? O fato de o mundo árabe estar matando seus tiranos e, no lugar deles, implantando a democracia (nos moldes de lá, é claro) aponta para a possibilidade de um processo civilizatório em uma região tida como extremamente atrasada politicamente? Receio que não!

A falácia do progresso e da evolução foram discursos forjados pela modernidade, discursos que se estendem até hoje. A visão de que o mundo prosperará – quer seja pela ação de um espírito supra histórico (para citar Hegel), quer seja por uma racionalidade imperativa (para citar Kant), quer seja pela posse dos modos de produção (para citar Marx), quer seja pela seleção das espécies (para citar Darwin), quer seja por um contrato social (para citar Hobbes, Rousseau e Locke – isto é, atrelar as mudanças políticas e econômicas no mundo, ou mesmo os avanços da ciência e da tecnologia como indício de algum tipo de progresso é, para mim, pensar ingenuamente. Tais “avanços” apenas mudam o modo de se viver e de se encarar a realidade, nada além disso.

Quero exemplificar com uma experiência pessoal. Eu me lembro do tempo em que não havia computadores pessoais, nem telefones celulares e nem Internet. Posso afirmar que a minha geração nunca sentiu falta dessas tecnologias até o final da década de 80. Confesso que ainda não sei lidar com o tal celular (esqueço em casa, deixo a bateria cair etc.), resquícios desta época em que ele não fazia falta nenhuma. Portanto, o mundo não progrediu, o mundo apenas mudou!

Convenhamos, o mundo estava perfeito no Éden, mas por causa do pecado entrou num processo de degeneração contínua que só pode ser estancada pelo poder de Deus. Logo, o avanço tecnológico, o crescimento da ciência ou a mudança social, política e econômica de antigos regimes totalitários não possuem poder para melhorar nada daquilo que o mal corrompeu. Digo isto para ratificar que a nossa trajetória caminha a passos largos para o pior. As Sagradas Escrituras nos afirmam isso o tempo todo. A natureza geme, o pecado impera, tudo e todos sofrem num mundo que jaz no maligno. Tentar separar a ciência, a tecnologia, a política e a economia como compartimentos que progridem separadamente da degeneração do mundo de pecado é fragmentar a cosmovisão bíblica!

A única esperança de regeneração e progresso neste mundo ocorrerá com a vinda do Senhor Jesus, evento real e literal que tornará o mundo melhor, muito melhor! Não nego que a Igreja já vive uma parte dessa regeneração, mas não totalmente. A totalidade se tornará realidade quando todo olho contemplar o Senhor Jesus voltar com todo poder e glória. Porque progresso será ter um corpo glorificado, progresso será ter a presença física de Cristo, progresso será não mais ser dominado pelo pecado, progresso será saber que Satanás, sua horda e a morte já não existem mais. Este, pois, é o projeto de Deus que se torna loucura ao projeto da modernidade e sua falsa sensação de progresso e evolução.

MARANATA! VEM SENHOR JESUS!

Sola Scriptura

O QUE É SER EVANGÉLICO?

Carta fictícia a uma moça que se orgulha de ser evangélica no atual contexto brasileiro.

"Cara Eva Angélica .

Obrigado por escrever e por se interessar por minhas escolhas e pelo meu estilo de vida conforme o Evangelho de Cristo. Obrigado pelas fotos e também por informar sobre a sua atuação como presbítera e a maneira, segundo sua definição, "poderosa e ungida" como conduz a igreja. Devo dizer que discordo cabalmente de tudo, mas obrigado assim mesmo.

Você me perguntou por que não me considero mais um “evangélico” desde o ano de 1996. E me perguntou ainda o que há nos evangélicos que me afasta cada vez mais do tal título.

Bem, em primeiro lugar devo dizer que há muita gente e instituições sérias e bíblicas que são identificadas como evangélicas. São um grupo raro e escasso de pessoas que buscam uma vida piedosa e comprometida com Deus, a estes eu chamo de evangélicos-crentes. Seria leviano de minha parte generalizar, portanto o meu problema não é com este pequeno e raro grupo. A| minha dificuldade é com os demais, ou seja, com o grande curral que abriga o grupo cristão-evangélico que usam o título por não se considerar cristão-católico ou cristão-espírita.

Eva, não há como negar que o termo “evangélico” hoje está esvaziado de conteúdo e definição. Para provar isso, acompanhe comigo e veja algumas características estarrecedoras, lembrando que tais características não incluem o grupo evangélico-crente supracitado.

Começo falando sobre o pecado que não é mais tratado com arrependimento e desejo por santificação. A moda agora é exorcizar os espíritos do adultério, da mentira, da maledicência, da inveja etc. Ou seja, não há mais pecadores, mas sim vítimas inocentes possessas por espíritos imundos, e a única maneira de "santificá-los" é através da "palavra poderosa de exorcismo" ou como preferem: de "libertação". Isso, Eva, é ser evangélico.

Menciono também o fato de que a autoridade não está mais na exposição das Escrituras, aliás, não há mais pregação da Palavra. E para preencher este vazio de autoridade, os mais escabrosos títulos são conferidos: bispo, apóstolo, arcanjo, patriarca. Resumindo, se não há mais a autoridade da Palavra então que haja, pelo menos, a "autoridade" do título. Isso é ser evangélico.

Os cultos não são mais direcionados reverentemente ao Senhor Deus, são realizados para o deleite humano por meio de sessões que incluem exorcismo, mantra, êxtase, apelos, auto-ajuda, cura de enfermidades etc. E em meio a tudo isso, o Deus Todo-Poderoso é transformado em mero coadjuvante que potencializa todo o poder dos dirigentes de tais cultos. Mais uma vez, isso é ser evangélico.

Artefatos sagrados e relíquias são amplamente utilizados para a libertação de seus usuários. Desde as réplicas da Arca da Aliança aos óleos “consagrados”, tudo se transforma em objetos que possuem poder em si mesmos, basta tocá-los ou colocá-los em contato com alguma peça de roupa de outrem para que o milagre ocorra. Isso também é ser evangélico.

O princípio de autoridade masculina é abalroado com a existência de pastoras, bispas (sic)[1], apóstolas[2] e até matriarcas que mandam ver nas igrejas, principalmente nos cultos. O esquema divino (que inclui em ordem de autoridade, Pai, Filho, homem e mulher, conforme 1 Co 11: 3) é totalmente destruído. Embora isso tenha início nas comunidades liberais, não há como negar que hoje tal prática também significa ser evangélico.

A simplicidade dos ministros da Palavra é substituída pelos famosos “evangelistas” que ficam milionários cada vez mais, e cada vez mais caçam dinheiro para financiar seus mega projetos pessoais e profissionais que incluem aviões, horários em televisão, editoras, gravadoras, carrões, mansões e tudo que possa existir de caro e dispendioso. Isso, minha cara, é ser evangélico.

As igrejas estão abarrotadas de super-heróis da fé que negam para si a condição de humilhação, de enfermo, de pobre, de alguém considerado como ovelha para o matadouro, de perseguido, enfim, negam o conteúdo do Evangelho pregado pelo Senhor Jesus e pelos apóstolos. Aliás, estes passariam longe daquilo que hoje é considerada uma vida abençoada. Essa heresia também é ser evangélico.

A soberania divina há séculos é combatida pelos humanistas que se disfarçam de cristãos. São os que afirmam que Deus não possui nenhum controle sobre a vontade humana, ao contrário, o homem é que possui o controle de si mesmo por meio do “livre-arbítrio”. Aliás, o que existe no Trono do céu é a total desinformação sobre a criatura e sobre o tempo futuro. É o teísmo esgarçado que humaniza a mente de Deus e eleva a mente humana ao divino. Não há como negar Eva que isso é ser evangélico.

Ao contrário dos antepassados bíblicos que denunciavam a corrupção dos reis e governadores, hoje a moda é posar ao lado de autoridades, fazer campanha partidária dentro da igreja em tempos de eleições e afirmar que os evangélicos devem invadir Brasília, bem como os palácios estaduais e municipais para que Deus possa agir na sociedade. Bem, nem vou dar-me o trabalho de comentar essa tolice, o que ressalto apenas é a vergonha da corrupção evangelicalizada que ora agradecendo o ganho de propina para trocar o piso da igreja ou para pagar mais uma prestação da Rádio Emissora Gospel adquirida pelo "irmão" político. Isso tem sido a política partidária evangélica.

E o que falar da música gospel? Um horror! O que há de mais grave nisso é a confusão instaurada hoje que transforma o show em culto e o culto em show. Os cantores evangélicos realizam um desserviço ao verdadeiro Evangelho, não só por disseminar heresias e blasfêmias, mas por nos obrigar a conviver com um tipo de música-porcaria que está alinhada com a música-lixo que toca na maioria das rádios hoje. Se for gospel então é evangélico.

Bem, creio que devo parar por aqui para evitar que minha carta se torne um “classificados” e você não passe da metade, pois ser evangélico é ler pouco e cantar muito, daí o ser raso e antibíblico.

Querida Eva, espero ter sido claro na minha argumentação em demonstrar o paganismo que se instaurou nesse meio. Quanta gente vive enganada e quanta vergonha passamos nós por causa desse grupo. Meu desejo sincero é que você reflita um pouco mais e faça um contraste entre a Palavra de Deus e os evangélicos no Brasil. Tomara que você mude de opinião!

Forte Abraço.

Alfredo."

Sola Scriptura


[1] O feminino de bispo é episcopisa.
[2] Para muitos gramáticos, o termo apóstolo não possui feminino por se tratar de um substantivo sobrecomum.

UMA VIAGEM REFLEXIVA!

Certa vez eu estava em Manaus para mais uma reunião do Presbitério. Naquela época as igrejas em Roraima pertenciam ao extinto PRAR (Presbitério Amazonas-Roraima), e a maioria das reuniões acontecia na capital amazonense. Após o término do concílio, eu e um pastor amigo tomamos um ônibus de volta para casa. Seriam 12 horas ao longo da BR 174, estrada que corta a densa selva amazônica ao fazer a ligação entre as cidades de Boa Vista e Manaus.

Por causa da paisagem exuberante e o bom papo, a viagem foi tranqüila até certo ponto do trecho. No finalzinho da tarde chegamos a um lugarejo conhecido como Quilômetro Quinhentos para a última refeição do dia. Tudo estaria normal se não fosse pelo alvoroço de muitos diante de um pequeno aparelho de TV que ficava em um canto do restaurante. Perguntei do que se tratava, pois ao longo da viagem estávamos isolados do mundo externo, mas as respostas foram confusas. Alguns falavam em queda de aviões, outros mencionavam sobre bombas lançadas em Nova Iorque... “Que confusão” pensava eu. Mas qual não foi o meu impacto quando, estarrecido, vi diante de meus olhos as Torres Gêmeas esfarelarem como se fossem feitas de areia. Fiquei congelado ao ver a destruição total dos majestosos prédios que anos atrás havia visitado com minha esposa pela última vez.

Ao retornar ao ônibus não consegui ouvir o espanto dos demais passageiros, a única frase que ecoava sem parar em minha mente foi: “As Torres Gêmeas não existem mais...” Sim, aquele dia era o 11 de Setembro de 2001!

Refeito do choque, embora não completamente, passei a refletir sobre a hecatombe e o que eu poderia aprender com tudo aquilo. Confesso que os pensamentos vieram como um turbilhão, sem dúvidas era muita coisa em minha mente. Mas ao sistematizá-los hoje, creio que assim se organiza o meu raciocínio daquele momento:

Em primeiro lugar, os atentados de 11 de Setembro me ensinaram que nem tudo que parece ser eterno na verdade o é. Para quem conhecia o complexo do World Trade Center situado no Lower Manhattan concordava que aquelas imponentes torres pareciam ser eternas, não só pela solidez da construção, como também pelo simbolismo que traziam ao sistema capitalista. Mas elas ruíram, e ruíram com apenas 28 anos de idade! Isso me fez repensar na época sobre meus conceitos de eternidade e de apego à matéria. Quem poderia prever o fim da eternidade forjada pela mente humana? O que dizer do fim dos grandes impérios do passado como o de Roma, por exemplo. E mais, quem poderia prever a evaporação da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas? Sim, nada é eterno a não ser que haja a mão do Eterno sustentador. Nesse contexto faz sentido o que o salmista diz: “O Senhor é Rei eterno, da sua terra somem-se as nações”. O que é, de fato, eterno? Não é o efêmero com aparência de para-sempre. O único eterno é o Senhor Deus, e nEle qualquer um pode viver para sempre! Quanto tempo perdemos investindo força e dinheiro em objetos passageiros que queimarão por completo no Dia do Senhor. O mais coerente e seguro é galgar nossa vida naquilo que é eterno, naquilo que viverá para sempre.

Em segundo lugar, os atentados de 11 de Setembro me ensinaram que a maldade do homem sempre nos surpreende. Tenho quase certeza de que o serviço de segurança estadunidense subestimou os limites da maldade humana. Por mais que o mundo pareça-nos de vez em quando cor-de-rosa, o que impera é a depravação do pecado. Nunca podemos esquecer sobre a capacidade do coração para a crueldade, do que ele é capaz. Matar milhares de pessoas apenas em nome de um ideal é o mais absurdo de todas as mesquinhezas, mas o homem foi e é capaz disso! O profeta Jeremias já nos advertiu dizendo: “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto; quem o conhecerá?” Bondade verdadeira somente no Senhor Deus, e nEle qualquer um pode se tornar bom! Tiago nos diz: “Toda boa dádiva e todo dom perfeito são lá do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não pode existir variação ou sombra de mudança.” Somente nEle, e não no homem, é que essa afirmação se torna verdadeira. Somente no Senhor qualquer um pode se tornar bom.

Em terceiro e último lugar, os atentados de 11 de Setembro me ensinaram que não há nada seguro fora do Senhor. Fico pensando naquelas pessoas que saíram para trabalhar, tomaram um meio de transporte, atravessaram o saguão, subiram pelo elevador, entraram no escritório e pronto! Estavam em um dos andares das torres do World Trade Center, estavam em um lugar seguro. Que triste engano para todos eles naquele dia fatídico... Morreram num covarde ataque terrorista! O salmista mais uma vez nos adverte: “Uns confiam em carros, outros, em cavalos; nós, porém, nos gloriaremos em o Nome do Senhor, nosso Deus.” Onde está a nossa confiança final? Na tecnologia? Ou na destreza do homem? Ou na nossa esperteza? Que nada, nossa confiança só é coerente quando está no Deus Todo-Poderoso! Somente Ele é a segurança certa e verdadeira. É claro que esta confiança não significa ausência de provações, ao contrário, no mundo teremos aflições. Mas quando fitamos o nosso olhar no Mestre, a vitória dEle se torna a nossa vitória.

Bem, isso foi o que se passou pela minha mente naquele restante de viagem. Pude pensar que este mundo não encerra tudo, mas que tenho uma eternidade com o meu Salvador; que sou um grande pecador, mas transformado em bom pelo poder soberano do meu Escolhedor; que a despeito daquilo que me cerca, seguro estou em meu Protetor.

Neste momento em que se comemora os 10 anos dos atentados do 11 de Setembro, meu profundo respeito às famílias das vítimas; meu total repúdio a qualquer ato terrorista, não importando as motivações; e minha confirmação de que somente no Senhor a vida faz sentido e em sua Lei vale a pena cultivar a bendita esperança.

Oremos pela paz, vivamos no Senhor!

Sola Scriptura.

152 ANOS DE PRESBITERIANISMO NO BRASIL

A Igreja Presbiteriana do Brasil comemorou neste dia 12 de agosto de 2011 os seus 152 anos de existência no Brasil, embora saibamos que a presença reformada em solo tupiniquim antecede, e muito, esta data. Pois foi em 21 de março de 1557 que houve a primeira Santa Ceia de orientação reformada no Brasil, mais precisamente na baía da Guanabara, ministradas pelo Rev. Pierre Richier e seu auxiliar, o Rev. Guillaume Chartier, pastores enviados pessoalmente pelo próprio João Calvino. Quase cem anos depois, entre os anos 1637 e 1644, o nordeste brasileiro viveu forte influência da Igreja Reformada quando a região de Pernambuco foi comandada por Maurício de Nassau. Portanto, a fé reformada ronda as nossas terras desde o século XVI, ou seja, há 454 anos.

Mas foi em 12 de agosto de 1859 que o Rev. Ashbel Simonton, missionário estadunidense, chegou ao Brasil para plantar a Igreja Presbiteriana. Seu ministério aqui foi de apenas oito anos quando veio a falecer de febre amarela aos 34 anos de idade. Mas foi o próprio Deus, em sua fidelidade, que plantou e preservou o povo presbiteriano brasileiro e hoje a Igreja Presbiteriana do Brasil é uma grande e respeitada denominação.

Após toda esta trajetória vivenciada pela fidelidade pactual do Senhor Deus, seria oportuno refletir um pouco sobre a relevância da IPB em solo brasileiro e qual seria o seu legado. Acredito que os desafios são muitos, e há muita coisa boa a se imitar de nossos pais do passado. Por este motivo, quero destacar aqui apenas quatro desafios que devemos preservar como igreja no Brasil, existente na sociedade brasileira:

1) Fidelidade na pregação da Palavra. Durante a jornada do povo de Deus ao longo dos tempos, muitas foram, e ainda são, as tentativas de se esvaziar as Escrituras Sagradas de seu conteúdo básico. As heresias, as superstições e o humanismo buscam inserir ideologias enfraquecedoras da firme, irremovível e inabalável Lei do Senhor. E não há como negar a triste constatação de muitos pregadores presbiterianos que subscrevem tais idéias alienígenas à nossa única regra de fé e de prática. Por isso, nosso desafio continua em desmascarar todas as bravatas e sofismas que, em nome do pragmatismo ou do intelectualismo estéril, tentam desonrar a preciosa revelação divina. Portanto, a Igreja Presbiteriana deve continuar fiel na pregação da Palavra!

2) Comportamento ilibado pela santificação. O mundo está cansado dos teatros e das dissimulações decorrentes de igrejas que nada mais são do que sepulcros azulejados em picadeiros psicodélicos. É preciso compreender de uma vez por todas que o verdadeiro brilho diante das multidões não é aquilo que a carne, o mundo ou Satanás podem replicar. O verdadeiro brilho que ofusca as multidões é a vida de piedade e de obediência à Lei do Senhor Deus. Vidas impolutas, vidas santas! É disso que o mundo necessita para imitar. Portanto, a Igreja Presbiteriana deve continuar santa neste mundo depravado!

3) Engajamento na evangelização mundial. Esta obrigação que recai sobre cada crente é indiscutível. Neste sentido, é ato de infidelidade não se envolver com a proclamação das virtudes do nosso Deus aos pecadores. O próprio missionário Simonton, nosso pioneiro, foi um instrumento divino para a plantação de nossa igreja no Brasil. Ele mesmo foi desafiado à evangelização mundial por Charles Hodge e enviado ao Rio de Janeiro pela Igreja Presbiteriana dos EUA (PCUSA), entidade que já mantinha vários postos missionários na Índia, na Tailândia, na China, no Japão e na Colômbia desde 1837. Este é o grande exemplo que temos dos nossos antepassados. Nisto devemos também ser fiéis. Portanto, a Igreja Presbiteriana deve continuar engajada na evangelização ao redor do mundo!

4) Coerência quanto aos parâmetros teológicos. Hoje em dia, o termo evangélico é sinônimo de superficialidade ou de polissemia doutrinária. Não há mais robustez teológica nem compromisso com a Verdade. O que se vê e o que se ouve são inovações nocivas ao zelo peculiar às práticas daquilo que pertence ao Senhor Deus e à sua Palavra. Um exemplo disto é a noção atual de autoridade, presente nos títulos esdrúxulos que identificam aqueles que intitulam a si mesmos como apóstolos, patriarcas ou arcanjos. Além disso, o liberalismo inoculado mansamente envenena a muitos contra tudo aquilo que prioriza os valores morais e éticos de Deus. Ou seja, relativiza o pecado para adequar a teologia às práticas prazerosas dos membros, dando-lhes conforto na depravação. Isso se vê no cotidiano, no discurso e nas liturgias lamentáveis. Não nos esqueçamos de que somos reformados, conseqüentemente possuímos uma teologia muito bem expressa por meio dos nossos símbolos de fé que, no ingresso à igreja, prometemos observar ao longo de nossa vida como crentes. Portanto, a Igreja Presbiteriana deve continuar coerente à sua teologia expressa em seus símbolos de fé!

É importante concluir dizendo que o conjunto destas práticas não deve ser visto como um fim em si mesmo, mas todas elas, assim como todas as nossas demais ações e pensamentos, devem ser unicamente para a glória devida ao nosso Deus, o motivo da nossa existência como igreja e o preservador desta obra até ao Dia do Senhor Jesus.

Que neste ano a mais de vida, que nas comemorações dos 152 anos de existência no Brasil, reflitamos sobre a nossa identidade e o nosso propósito neste mundo.

Sola Scriptura.
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A foto acima é da Primeira Igreja Presbiteriana de Roraima onde pastoreio há 21 anos.

O SÍNODO SETENTRIONAL

Aconteceu entre os dias 5 e 8 deste mês a XLVIII Reunião Ordinária do Sínodo Setentrional, o maior do Brasil em extensão geográfica (Amapá, Amazonas, Pará e Roraima). Este tipo de Concílio é responsável pelos Presbitérios que, por sua vez, são responsáveis pelos Conselhos das igrejas locais. Cada presidente de Sínodo compõe, com uma parte da mesa do Supremo Concílio, a Comissão Executiva deste. O tempo de mandato é de dois anos, quando ocorre a reunião ordinária, sempre em anos ímpares.




A mesa do Sínodo Setentrional ficou assim composta:

Presidente: Rev. Alfredo de Souza
Vice-Presidente: Rev. Alcedir Sentalin
Primeiro-Secretário: Rev. Heleno Guedes Filho
Segundo Secretário: Rev. Ademir José de Souza Júnior
Secretário Executivo: Rev. Jonas Moreira Valente Filho
Tesoureiro: Rev. Paulo César Belan


Que o Senhor Deus nos abençoe neste colendo concílio para o biênio 2011 a 2013 quanto à execução e deliberações sobre esta vasta região do nosso país, bem como nas decisões tomadas nas reuniões executivas do Supremo Concílio.

Sola Scriptura.

JÁ ME CHAMARAM DE FANÁTICO!

Tenho discipulado nestes últimos meses um aluno meu da Universidade. Semana passada ele me fez uma pergunta interessante sobre fanatismo religioso e minha resposta foi trivial ao explicar o significado do termo e suas implicações. Depois disso eu comecei a pensar no assunto e me lembrei de que já fui rotulado de tantas coisas como, por exemplo, de conservador, de direitista, de machista (aliás, veja os comentários sobre uma postagem minha aqui), de fundamentalista, de puritano, de antihumanista, de facista e, finalmente, de fanático. Surgiu em minha mente a questão sobre o porquê algumas pessoas pensarem isso de mim, por que elas vinham em mim um comportamento que transparecia fanatismo religioso?

Comecei a refletir e pensei: bem, se ser fanático significa ser agressivo, cheio de rancor, desrespeitoso, ameaçador, preconceituoso, violento, estreito mentalmente; se ser fanático é usar de excessiva irracionalidade quanto às motivações teóricas, religiosas ou políticas; se ser fanático é não saber ouvir e nem debater com respeito; se ser fanático é beirar o delírio; então posso afirmar com toda tranqüilidade que não sou fanático e sinto-me ofendido com este rótulo.

Por outro lado lembrei que o fanatismo para muitos significa abraçar, obedecer e preservar a Lei de Deus na família e na vida como um todo. Numa cultura tão relativizada como a nossa que alarga os limites do pecado e estreita as fronteiras da santidade, procurar nunca mentir ou sempre guardar o Domingo como dia do Senhor, apenas para citar dois hábitos, pode ser visto como fanatismo moral e religioso respectivamente. E o pior de tudo é que muitas vezes este tipo de julgamento surge dentro da própria Igreja.

Neste sentido eu diria que se para alguns fanatismo é sinônimo de obedecer a Deus, ou seja, se lutar pela virgindade até o casamento for fanatismo; se nunca adulterar, mesmo que mentalmente, for fanatismo; se houver disposição para largar o emprego e o glamour pessoal para servir ao Senhor for fanatismo; se perdoar qualquer tipo de agressão for fanatismo; se acreditar que a pena de morte é um princípio divino contido nas Escrituras no Velho e no Novo Testamento for fanatismo; se crer que o Senhor está no controle de tudo no universo for fanatismo; se, de minha parte, houver disposição à morte por amor de Jesus for fanatismo; se acreditar que existe um princípio de autoridade no mundo onde o homem é o cabeça da mulher for fanatismo; se entender que a Bíblia é a revelação inequívoca de Deus aos seus eleitos for fanatismo; em suma, se na busca da santidade extrema houver a obediência com todas as forças à vontade de Deus, cumprindo-as sem relativismo ético, moral ou cultural for fanatismo; então certamente serei o mais fanático dentre todos os estilos de vida existentes nessa terra.

Tudo para a glória do nosso Deus!

Sola Scriptura.

REFLEXÕES SOBRE A PRÁTICA DO NAMORO

Como estamos no mês dos namorados, quero tratar sobre esta prática bastante comum em nossa cultura ocidental. Primeiramente, desejo dizer que sou contra o modelo utilizado por nossa cultura brasileira, ou seja, um relacionamento recheado de beijos bucais e abraços eróticos que só promovem a excitação sexual e a defraudação. Um casal de namorados realmente crente deve banir do relacionamento qualquer contato físico que provoque a excitação sexual, por mais leve ou inocente que pareça, pois Paulo trata sobre a ofensa e a defraudação sexual em 1 Tessalonicenses 4: 6 – 8.

...e que, nesta matéria, ninguém ofenda nem defraude a seu irmão; porque o Senhor, contra todas estas coisas, como antes vos avisamos e testificamos claramente, é o vingador, porquanto Deus não nos chamou para a impureza, e sim para a santificação. Dessarte, quem rejeita estas coisas não rejeita o homem, e sim a Deus, que também vos dá o seu Espírito Santo.

A Bíblia proíbe, portanto, qualquer defraudação, pois não há dúvidas de que se trata de pecado diante do Senhor Deus. Beijo na boca, apalpadelas indecentes e entonação sensual da voz estão terminantemente proibidos no namoro.

Então o que significa o namoro crente? Trata-se daquele período onde o diálogo, a oração, a leitura das Escrituras e a comunhão com os pais são as ações principais, período este destituídos de qualquer contato físico que promovam, por menor que seja, a excitação sexual.

Dito isto, a reflexão proposta aqui é sobre a escolha do futuro cônjuge, uma vez que muitos jovens cultivam dúvidas quanto ao assunto. Dúvidas que promovem a seguinte pergunta: “como saber a vontade de Deus para saber como e com quem devo me casar”?

O como já tratamos no início desta postagem. Quanto ao quem, há muito que dizer. Ao contrário daquilo que muitos pensam, esta importante escolha não ocorre por uma revelação vinda do alto ou por um sonho de uma noite de verão. Ela ocorre por uma utilização da inteligência que possui como lastro as Sagradas Escrituras e a confiança na ação de Deus que responde a nossa oração conforme o amor, a justiça e a misericórdia.

Indo direto ao assunto, quero propor aqui cinco critérios para a escolha daquele ou daquela que caminhará conosco até o fim da vida:

Compatibilidade de fé: Para que duas pessoas pensem em casamento devem, a rigor, saber que iniciar um relacionamento com descrente é, indiscutivelmente, estar em pecado diante do Senhor Deus. A Lei divina é clara quanto a isso: é proibido o ajuntamento entre um crente e um descrente. Muitos tentam relativizar este princípio indelével e caro ao Senhor que adotou para si mesmo a exclusividade de seus filhos. Mas o jugo desigual é abominação. Isto posto, também acredito que devemos pensar em jugo “desigual” (aspeado mesmo) entre duas pessoas que se denominam evangélicos. O ponto a se ponderar é a teologia envolvida que, via de regra, são opostas em aspectos que envolvem a eclesiologia (visão de igreja, liturgia, forma de batismo etc.) e pneumatologia (doutrina que trata do Espírito Santo). Não tenho dúvidas que o casamento entre um arminiano e um reformado ou entre um conservador e um pentecostal certamente gerará problemas no relacionamento salvo quando um abre mão completamente de suas convicções, pelo menos quanto às práticas. Quando alguém busca sua outra metade deve ter certeza de que a teologia envolvida é semelhante. Embora não esteja diretamente ligado à fé, outro aspecto que deve ser levado em consideração é a compatibilidade intelectual. Não significa dizer que ambos tenham o mesmo nível de graduação na Universidade, mas considerar que discrepâncias nesta área causam enorme barreira no relacionamento.

Anuência dos pais: A participação dos pais nesta escolha não se limita a um pequeno detalhe ou prática de somenos. Todo jovem crente deve pedir autorização do pai e da mãe, bem como dos sogros em potencial. A lógica é muito simples, trata-se dos futuros avós dos filhos que virão no futuro. Ambos serão parte ativa da família neste convívio que durará até a morte. Neste contexto alguns perguntam “e quando os pais não são crentes e proíbem movidos por motivos mesquinhos?” Bem, isso não dá liberdade para a desobediência. Lembremos aquilo que Salomão afirma: Como ribeiros de águas assim é o coração do rei na mão do SENHOR, que o inclina a todo o seu querer” (Pv 21: 1). Isso significa dizer que assim como um humilde agricultor pode mudar o curso das águas de um riacho para regar a sua plantação, o Senhor Deus possui o coração do homem mais importante e temido da sociedade em sua mãos. Quando os pais, mesmo descrentes proíbem, independente de suas motivações, o jovem deve orar ao Senhor para que mude o coração de ambos. Se for da vontade do Pai, haverá mudança, caso contrário, é melhor desistir.

Visão de futuro: Imaginemos o seguinte: a moça possui chamado para trabalhar no Camboja como missionária, já o rapaz pretende ser um profissional liberal na cidade onde vivem. Muitos diriam: “mas o importante é que se amam muito e, no final das contas, acertarão as arestas, certo?” Errado! Este critério deve ser descoberto com muita conversa, pois, das duas, uma, ou um desiste numa boa de seus projetos de vida, ou haverá grande frustração ao longo da vida. O período denominado de namoro não deve ser utilizado para contato físico, deve ser utilizado para muita conversa e oração para que venham a tona estas questões.


Qualidade no relacionamento: Observe qual é o nível e a qualidade do envolvimento que o seu pretendente possui com a igreja e, principalmente, com a família. Neste último temos a radiografia daquilo que a pessoa será dentro de casa com o futuro cônjuge. Se se mostra uma pessoa atenciosa, carinhosa e preocupada com o bem-estar, isso pode significar uma pessoa boa para se conviver. Mas se se mostra uma pessoa desatenta, grosseira e indiferente, então cuidado. O mesmo pode ser observado no relacionamento com a igreja. Veja o envolvimento e a conduta no ministério (se a moça não é mandona e se o moço não é um frouxo). Veja também se se trata de um crente envolvido, assíduo nos trabalhos da igreja ou se é um da turma da periferia que não possui nenhum compromisso efetivo. De quebra veja algumas práticas relacionadas ao caráter: fofoca, maledicência, temperamento, dissimulação, mentira etc.


Tempo de namoro: Quando sinto fome, procuro comida. Quando sinto sede, procuro água (ou um refrigerante light). O mesmo princípio se aplica ao namoro pois quando desejo me casar, devo procurar alguém de Deus para isso. É absolutamente pouco inteligente alguém iniciar um namoro tendo como prioridade um curso acadêmico com duração de cinco anos ou a construção de uma casa pelo período de seis anos. Se alguém inicia um namoro significa que o casamento é sua prioridade zero num curto espaço de tempo. Ninguém deve namorar por um período menor que dois anos e mais de três anos. A falta de objetivos promove o relacionamento perigoso que, com o passar do tempo, leva ao pecado sexual (que vai do beijo bucal ao coito). Ninguém deve namorar por namorar, se se inicia o namoro, isso significa que o casamento passou a ser a minha prioridade zero quanto ao meu futuro. Lembro também que ninguém deve namorar com pouca idade. O correto é ele ter 21 anos e ela 20 anos no mínimo.

Concluo esta postagem fazendo os seguintes acréscimos: primeiro, em um relacionamento, a paixão deve ser o último critério a ser considerado, aliás, nem deveria ser critério para a escolha. Quando falo paixão, sentimento que se baseia apenas na atração física, isso não deve ser confundido com o amor, sentimento que inclui e ultrapassa a atração física, abrangendo todo o ser. Este amor completo, sim, deve ser utilizado como critério na escolha. Segundo, o homem deve sempre demonstrar maturidade com Deus maior ou semelhante a da mulher, nunca aquém. E, terceiro, sempre deve haver o acompanhamento e aconselhamento feito por um pastor ou um casal experiente.

Acredito que se os jovens crentes seguirem estes princípios, certamente terão grandes chances de constituir um matrimônio maduro e abençoado pelo Senhor Deus.

Sola Scriptura.

CARTA A UM PISTOFÓBICO!

Carta fictícia endereçada a um homossexual militante da causa gay no Brasil.
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Sr. Corydon.

Em primeiro lugar, quero me dirigir a você com todo o respeito que lhe é devido como pessoa humana e como cidadão livre que vive numa democracia como a nossa.

O motivo desta carta é para dizer-lhe que não faz o menor sentido você ser um pistofóbico. Nós, crentes, jamais pregamos o ódio contra o seu grupo ou incitamos alguém a exterminar os que optaram pela homossexualidade. Não esqueça de que possuímos uma magna lei divina que nos obriga a não cometer assassinato, o que significa também a proibição de fazermos justiça com as próprias mãos.

É totalmente sem sentido você desenvolver e difundir o ódio contra os crentes. Mais inusitado ainda é a promoção de eventos públicos para a destruição da Bíblia num espetáculo quixotesco que só promove a intolerância. Já pensou se nós, crentes, fizéssemos o mesmo? Já pensou se saíssemos por aí rasgando em praça pública os livros de Nietzsche, Sartre, Foulcault, Marx, Comte, pelo simples fato destes autores ridicularizarem a nós, crédulos, colocando-nos a nós e a nossos filhos como idiotas que ainda vivem na esfera do tempo marcada pela ignorância e pela escuridão do saber? Já pensou se queimássemos a bandeira da causa gay em praça pública? Não, nós não faríamos isso, pois tal comportamento demonstra um fanatismo perigoso. Rasgar Bíblias publicamente, Sr. Corydon, é demonstração de fanatismo e de intolerância perigosos. Nós também não reivindicamos leis que proibam qualquer pensamento ou ensino que demonstre profunda discordância relacionada à nossa fé. Isso seria um absurdo, não?

Outra coisa, culpar a Bíblia (eu já me manifestei quanto a esse assunto aqui) não vai resolver o problema da violência, aliás, vai aumentá-la. É bom lembrá-lo de que a moral bíblica salvaguarda a integridade física das pessoas, inclusive a dos homossexuais. Outra coisa ainda, responsabilizar a Bíblia pela violência derramada sobre vocês é o mesmo que responsabilizá-la dos assassinatos das prostitutas, das adúlteras, dos ladrões, dos assassinos, dos pedófilos, afinal de contas, são pessoas que praticam pecados condenados pelas Escrituras de igual modo.

Sabe, Sr. Corydon? É tão contraditório acompanhar os homossexuais pregarem contra o ódio quando, para isso, semeiam o ódio contra nós. É tão contraditório ouvi-los bradar contra a intolerância quando vocês mesmos lutam para que uma lei-mordaça seja aprovada em Brasília. Vocês agem contra nós com práticas que vocês mesmos condenam e execram. Outra coisa que não entendo. Por que somente nós crentes somos alvo de todo o seu ódio e intolerância? Até parece que para vocês não existem os governos radicais islâmicos, os skinheads, os neonazistas, esses, sim, matam homossexuais com extrema violência. Mas quanto a estes grupos vocês se calam.

O que percebo claramente é que são vocês, homossexuais, que ameaçam a sociedade com esta intolerância contra os que pensam e ensinam contrário à homossexialidade. Ameaçam porque defendem leis que aniquilam a livre expressão, pedra de toque de qualquer democracia. Se vocês querem respeito, respeitem também os outros. Se vocês querem liberdade, respeitem a liberdade dos outros. Se vocês querem continuar livres para discordar, respeitem a discordância dos outros. Não tirem o meu direito de ensinar aos meus filhos que a virgindade deve ser preservada até o casamento, ou que a fidelidade conjugal deve existir a qualquer custo, ou que a heterossexualidade deve ser vivida a despeito de qualquer pressão social. Não tente me calar diante do rebanho que me foi confiado, pois desejo ensiná-lo sempre sobre a lei divina que inclui o amor e o respeito aos homossexuais ao mesmo tempo em que condena e rejeita a prática homossexual.

Meu mais profundo desejo, Sr. Corydon, é que você seja alcançado pela maravilhosa graça de Deus e seja salvo da ira, não porque você pratica a homossexualidade apenas, mas porque, no geral, você é um pecador tanto quanto qualquer pessoa nesta terra que carece da salvação eterna.

Cordialmente.

Um Cristão.
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Sola Scriptura

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Esclarecimento:


Pistós = crente
Fobos = medo
Pistofobia = “medo de crente”
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